A influência de Jung na arte de William Blake

william blake
Autor: Arian Álvaro Meira Data da publicação: Julho 2, 2021

Como se relacionavam as pinturas do artista William Blake com as teorias de Carl Jung? Por que Blake foi importante para as obras do psicanalista? Nesse artigo vamos entender a importância da influência de Blake nas obras de Jung.

Considerado uma das figuras mais influentes do romanticismo, Blake e foi um escritor e artista britânico do século XIX. Isto é, sua obra influenciou uma infinidade de escritores e artistas, embora de maneira póstuma já que durante seu período mais ativo era tratado como um artista incompreendido.

Quem foi William Blake?

De acordo com alguns historiadores, a obra de William Blake é considerada parte do período pré romantismo. Nesse sentido, em sua obra gráfica ele desafiava as convenções artísticas do século XVIII. Contudo, era possível ver uma evidente influência de Miguel Ángel na exaltação da musculatura de alguma de suas figuras.

Ainda assim, uma grande parte da sua pintura era relacionada e influenciada por temas religiosos. Desse modo, as ilustrações para a obra de John Milton, como também a ilustração para o inferno de Dante. Ademais, contribuiu com 21 ilustrações da bíblia para o livro de Jó.

A relação entre a arte e a psicologia

De fato, a arte está intimamente relacionada com a psicologia e são vários os exemplos dessa ligação. Isto é, a arte serve como um dos meios de comunicação mais explorados do ser humano e por isso são incontáveis as obras e coleções que contam a nossa história desde as primeiras civilizações.

Por outro lado, podemos dizer que a arte é um dos meios mais férteis para desenvolver a nossa criatividade. Logo, através da sua arte William Blake transmitia a sua maneira de pensar e sentir através dos seus quadros. Em suma, através da arte podemos trilhar a história do homem desde uma perspectiva filosófica e política.

Os sonhos de William Blake e as ideias de Jung

Alguns cientistas e pesquisadores encontraram recentemente semelhanças entre os sonhos de William Blake e o desenvolvimento das ideias de Jung. Nesse livro inacabado que relata uma época de crise do próprio Jung sobre suas alucinações e sonhos é considerado a obra que deu início a psicologia analítica.

De acordo com registros históricos, Jung conhecia muito bem as obras de Blake e por isso algumas delas estão incluídas no seu livro Psicologia e Alquimia. Além do mais o Livro Vermelho, uma das obras mais importantes de Jung, se aproxima muito do trabalho de William Blake que também registrava sonhos e alucinações em suas produções artísticas.

Por essa razão, Carl Jung uma vez escreveu que tinha uma especial admiração pelo artista por servir como um caso de estudo. Também considerava que Blake produzia muito mais do que conseguia digerir em suas fantasias. Portanto, Jung acreditava que os desenhos e interpretações artísticas de Blake eram muito mais que reproduções artísticas, mas também uma autêntica representação dos processos do inconsciente.

Finalmente, para Jung William Blake foi uma grande inspiração para seus estudos e compreensão do que significava a mente inconsciente. Ainda assim, a arte de Blake foi para Jung uma maneira de dar sentido as suas teorias. Em outras palavras, uma prova de que a arte é um caminho em direção ao subconsciente latente do ser humano em plena vigília.